segunda-feira, julho 31, 2017

Base Naval do Alfeite: As sete quintas

Base Naval do Alfeite. Esta zona foi outrora refúgio de bem estar desde o reinado de D. Pedro IV. Aqui existiam sete quintas - Piedade, Outeiro, Romeira, Alfeite, Quintinha, Antelmo e Bomba - onde se cultivava a vinha, o olival, pomares diversos e lavradio com hortaliça, legumes e cereais. O ditado popular de "estar nas sete quintas" alude precisamente ao privilégio de bem estar que esta zona permitia aos seus proprietários. Uma das principais figuras históricas que parece ter encontrado nas sete quintas um dos seus passatempos preferidos, a caça, foi o infante D. Francisco, filho de D. Pedro II; outro monarca que vinha caçar para o Alfeite foi o rei D. Carlos. Para além de coelhos, perdizes ou galinholas, não faltavam os patos reais, galinhas de água, narcejas, maçaricos e tarambolas.


Ver também sobre este assunto e outras instalações a Marinha na margem esquerda do Tejo / Sul http://porfragasepragas.blogspot.pt/2016/01/seixal.html (Colaboração do AVCunha)

http://www.diarioimobiliario.pt/Arquitectura/Fotografia-com-Arte/Casas-com-Historia-Tesouro-escondido-no-Palacio-do-Alfeite


domingo, julho 30, 2017

Aniversários de elementos do CR: Agosto de 2017

Completam mais um ano neste mês de Agosto os seguintes camaradas do CR:

AUGUSTO JORGE DOS SANTOS LACERDA FERREIRA 01AGO1943
ANTÓNIO CARLOS REBELO DUARTE 03AGO1946
JOÃO CARLOS PINA CORREIA MARQUES 11AGO1945
JOSÉ ARMANDO RODRIGUES LEITE 16AGO1943
ANTÓNIO MARIA CATARINO DA SILVA 25AGO1944

A todos um abraço de parabéns.

Neste mês recordamos, muito especialmente, no dia 17 o Varela Castelo (falecido no Hospital da Marinha em 1976*), no dia 28 o Araújo Baptista (falecido naquela data em 2008) e o Calhau Feitoria no dia 31 (data do terrível acidente que o vitimou em 1999).

Nota*: Cujo 1º filho, também José Manuel, nasceu no dia 24AGO1976 e ele não teve oportunidade de conhecer, mas ao qual enviamos por esse dia 24 os nossos parabéns.

sexta-feira, julho 21, 2017

Mini-encontro em Proença-a-Nova


Foto, tirada no dia 06 deste mês de Julho de 2017, em Proença-a-Nova (270 Castelo Branco 30 milhas), junto à estátua do Comendador João Martins, um benemérito lá do sítio.
Esta foi uma incursão que o FSLourenço fez, nesse dia e no seguinte, à aldeia do seu Pai, que é desse Concelho, "escoltado" pelo ACRDuarte e CBMoreno.
Este local tem ligação com o SJorge ( a mulher é da Sobreira Formosa, pertencente ao mesmo Concelho) e com o BVentura, cuja sogra é também da Sobreira Formosa.

Informação e foto do FSL

Interlúdio (6)

Na Feira de Belém (Lisboa) num Domingo.


Foto de 16JUL2017 de JPVB

terça-feira, julho 18, 2017

Desafios culturais (26)

Com enorme insucesso os desafios anteriores, especialmente os dois últimos (24 e 25) que não tiveram respostas (certas). E  por um deles, o (25), tivemos que passar inúmeras vezes ao longo das nossas vidas de Marinha.
Decidimos assim alterar o rumo para a costa de Portugal e aqui está um sector do Domínio Público Marítimo de Portugal Continental para ser identificado:
Foto de JPVB

segunda-feira, julho 17, 2017

Movimento hospitalar: Alta em 17JUL2017

Teve hoje, 2ª Feira, alta do Hospital Cuf-Cascais o nosso camarada MAFMenezes. A cirurgia à anca a que foi sujeito teve grande sucesso e já em casa irá continuar as necessárias sessões de fisioterapia. 
Já liberto das dores que antes o atormentavam, desejamos-lhe um rápido restabelecimento.

segunda-feira, julho 10, 2017

Novo record CR de família alargada em 10JUL2017

Registou-se nesta tarde de 2ª Feira, dia 10 de Julho de 2017, novo record do número de netos, estabelecido no número de 14 (quatorze)*, com o nascimento da Joana, filha duma das filhas (a Teresa) do nosso camarada HAFonseca e da Fátima.
À nova cidadã (que está completamente isenta de responsabilidades nos graves acontecimentos de que com razão se fala neste País), aos seus pais e avós os nossos parabéns e votos de muitas felicidades.


Nota* E em vias de ser melhorado nas próximas semanas!

Movimento hospitalar: Em 12Jul2017

Na próxima 4ª Feira dia 12 de Julho vai ser sujeito a uma cirurgia à anca no Hospital CUF- Cascais o nosso camarada MAFMenezes. Desejamos-lhe grande sucesso na operação e esperamos ter notícias no próprio dia, daquele hospital, onde provavelmente permanecerá os 5 dias seguintes.

Aditamento de 13JUL: Pelo próprio soubemos que a operação realizada na tarde de 12JUL correu muito bem e que não teve nem tem presentemente qualquer dor.

domingo, julho 02, 2017

A Hora da Solidariedade

Uma equipa de luxo tinha-se reunido. Marte, habituado ao sangue das guerras, conhecedor de mil e uma estratégias de morte, ocupou-se da ordem de operações, não sem alguma hesitação, dado que, havia não muito tempo, tinha simpatizado com aquele povo. Vulcano, fabricante de raios e coriscos de qualidade, hoje certificados, era capaz de visar com precisão qualquer alvo com erro inferior a 100 centímetros, beneficiando da ajuda de pequeno equipamento que guardava religiosamente numa bolsa atada à cintura, o que era bem mais preciso do que o método antigo de jogar os raios à mão. Éolo, capaz de transformar qualquer atmosfera, por mais calma, simpática ou agradável, em assustador remoinho ventoso por vezes mesmo não respeitando as normas decretadas por Júpiter para o vento.

Escolheram as bandas de Pedrógão Grande, junto ao Zêzere, um local em que o arvoredo se debruça sobre as estradas, a mata é densa, a orografia espinhosa. Marte insistiu em data anterior ao início do que os humanos chamam época dos incêndios e que fôsse num sábado, quando as gentes descansam, visitam familiares ou se divertem, procurando esquecer agruras e preocupações. Vulcano impôs um dia em que o calor apertasse bem acima dos 30 Celsius e o risco de incêndio classificado de muito elevado, e Éolo favorecia um vento sem rajadas ou alterações de direcção bruscas.

Marte sabia que a estrutura de protecção civil, que os orgulhosos humanos tinham montado, estava vulnerável, e conhecia o local exacto das antenas em que confiavam para trocar impressões, combinar estratégias, tácticas e informações diversas, e também que as  instalações móveis de substituição estavam fora de serviço. Vulcano não ignorava que eles, os humanos, se ufanavam de ser capazes de prever o caminho do fogo, o que o deixava um pouco irritado, já que o fogo é indomável e, de acordo com Éolo, também insatisfeito com a ousadia da tentativa de saber de onde sopram os ventos, combinou uma forma de os confundir.

Decidiram em conjunto, assessorados por Baco, que seria 14 horas e 30 minutos após o início dos 17 dias do mês de Junho. Ordem de operações feita, foi devidamente distribuída, cifrada de forma a que não caísse em mãos alheias.

Mas Mefistófeles, na impossibilidade de considerar a aquisição, por ver o seu orçamento truncado por cativações, tinha alugado a alma de um semi-deus  agastado por só lhe ser permitido acesso a tarefas de olímpica jardinagem, lhe ser imposta a semana de 45 horas e não ser aumentado há mais de 1000 sóis. Foi nessas tarefas que lançou mão do importante documento, e, tendo tido manhas de o decifrar, embora parcialmente, conforme o contrato de aluguer, enviou-o a Mefistófeles.

Mefistófeles reconheceu imediatamente o potencial dos conteúdos que recebeu, aumentou o grau de prontidão das suas hostes e mobilizou uma equipa de intervenção rápida mefistofélica, embora a um sábado, o que lhe custaria uma fortuna em horas extra. O medo de ter de assumir a responsabilidade de não aproveitar tal oportunidade, perante a opinião infernal, era porém superior a qualquer explicação de gastos.

Não sabendo bem onde era essa coisa de Pedrógão, partiu cedo, não fôsse perder tempo a procurar a zona, e, chegando um pouco antes das duas da tarde, ordenou um reconhecimento, que revelou estar tudo pacífico. Refugiou-se, com a equipa de intervenção rápida mefistofélica, num pinhal perto de um lugar de que nunca tinha ouvido falar, Escalos Fundeiros. Sentado numa pedra, temia ter sido enganado e pensava nos castigos a aplicar ao informador; rapou de uma beata que acendeu estalando os dedos, para ajudar a passar o tempo, e pôs-se a brincar com a caruma existente no chão, que imediatamente se incendiou com o contacto daqueles dedos de fogo. Os membros da sua equipa de intervenção rápida mefistofélica, ao verem pequenas labaredas a bailar entre os dedos do patrão, avessos por natureza a qualquer disciplina ou contenção, ou talvez tentando interpretar as suas verdadeiras intenções, rapidamente juntaram grande quantidade de galhos partidos, caruma, pinhas. O fogo cresceu e um pinheiro próximo começou a arder. Furioso, Mefistófeles ergueu-se a voar e à volta do pinheiro voou três vezes a chiar de fúria, pois bem sabia que o fumo os denunciaria. Passou-lhe, muito brevemente, pela cabeça abafar as chamas, mas essa tarefa era impossível para aquela equipa e, de resto, para ele próprio, já que nenhum tinha formação de bombeiro. E, pior, o seu esvoaçar impensado tinha provocado o alastrar do fogo para árvores próximas. O fumo elevou-se, as chamas cresceram, o alarme estava dado.

Marte chegou ao local e logo se apercebeu do fogo para os lados de Escalos Fundeiros. Praguejou. Vulcano, aquele incapaz, fazia sempre asneira. Nem acertou no local nem na hora! Agora tinha de reajustar o plano! Tentou contactar Vulcano para o confrontar, usando o olimpomóvel, mas não tinha rede. Outro desvio da ordem de operações? Nisto, começou a ouvir os trovões consequência dos lançamentos de Vulcano.

Vulcano cumpria assim a sua parte na ordem de operações e durante 90 minutos espalhou as suas armas. Tinha preparado 300 raios, mas tinha tido 10% de falhas de fogo e só conseguiu colocar no solo cerca de 15% dos lançamentos, e mesmo assim longe dos alvos previstos, perdendo-se os outros no ar. Consequência de ter feito, afinal, os lançamentos à antiga, já que o seu equipamento também não tinha rede e assim faltaram-lhe boas posições de GPS. Mas o resultado parecia ser de uma eficácia sem par.

Mefistófeles deu-se imediatamente conta da presença de Vulcano, e a sua fúria converteu-se logo em alegria. Ordenou à equipa de intervenção rápida mefistofélica que espalhasse o fogo tanto quanto possível e ele próprio corria de labareda em labareda, transportando em ambas as mãos enormes ramos em fogo, espalhando ao acaso chamas e brasas por restolho e matas. Vulcano, ignorante da presença de Mefistófeles, surpreendia-se com o que julgava ser sua obra.

Éolo entrou em acção exactamente como estava na ordem de operações. Contra a expectativa dos humanos, um vento disciplinado, talvez previsível, presenteou-os com uma violenta sopradela de cima para baixo, baralhando completamente a normalidade, espalhando brasas em todas as direcções: o fogo espalhou-se sem rei nem roque, surpreendendo mesmo o próprio Mefistófeles, que compreendeu finalmente a totalidade do documento que recebera. Abandonou a tarefa de espalhar o fogo, agora desnecessária pela acção de Éolo, e ordenou à equipa de intervenção rápida mefistofélica a eliminação das antenas que os humanos usavam para comunicar entre si. Uma vez isso concluído, dedicou-se à recolha de almas inocentes, uma das suas tarefas preferidas.

Os humanos, esses, sofreram tudo. Tiveram medo, fugiram, sacrificaram-se, morreram, desesperaram, pediram ajuda, perderam casas, gado, haveres, tudo. Finalmente, após dias de combate, venceram o fogo. Contam-se 67 mortos, mais de 250 feridos, milhões de prejuízos, 45000 hectares ardidos, mais de 200 habitações destruídas, um sem número de vidas destroçadas, mas estes números não reflectem com rigor o estrago feito, apenas é uma forma deformada de o avaliar: de facto, é muito maior.

Agora é, de acordo com a comunicação social, a hora das respostas: quem teve culpa? Quem tem responsabilidades? Como foi possível? É a hora dos inquéritos, comissões, relatórios, avaliações. É a hora das explicações, jogadas como se de um xadrez gigantesco se tratasse, em que os receios de ficar mal na fotografia assumem estatuto como se tivessem direito próprio, é a hora de pensar nas eleições, é a hora de sacudir a água do capote, é a hora de apontar defeitos alheios, é a hora de caiar a fachada, é a hora de afiançar que culpas, se as há, se espalham num caldo de entropia máxima que talvez venha mesmo a abranger D. Diniz, e o Pinhal de Leiria.

Deixemos que se discuta tudo, mas não esqueçamos que agora é, também, a Hora da Solidariedade, a hora de ajudar como cada um puder os que viveram o inferno e sofrem. A hora de os respeitar e ajudar a reconstruir o que for possível das suas vidas. A hora de lhes mostrar que não estão sós. Sem condições de qualquer natureza.

É a hora de olhar para o 'como será'. É a hora de perguntar:

O que pode, cada um de nós, fazer por esse futuro?